14 de novembro de 2023
A tecnologia, de qualquer tipo, da oralidade ao digital, afeta a criação e a originalidade na arte e na literatura. A obra de Fernando Pessoa, no trânsito da modernidade à pós-modernidade, pode ser entendida mediante a assimilação leitora de um conjunto de obras e autores a partir dos quais o escritor nutriu seu processo criativo. Pode-se enquadrar, assim, a obra pessoana dentro do marco que traça Marjorie Perloff, em Unoriginal Genius: Poetry by Other Means in the New Century, ou também pode entender-se como antecipação da escrita conceitual de Craig Dworkin e Kenneth Goldsmith. Em que medida esses contextos hermenêuticos nos ajudam a repensar Pessoa? Por outro lado, a inteligência artificial é capaz de gerar textos a partir de outros textos e imitando estilos. Em que medida podemos repensar a obra de Pessoa a partir da I.A. e em que medida os processos criativos modernistas antecipam a I.A. e a escrita por algoritmo?
(Participam Ana Marques e Bruno Ministro, modera Diego Giménez)
Ana Marques é doutorada em Materialidades da Literatura (Universidade de Coimbra), com mestrado em Ensino do Português e do Francês no Ensino Secundário (Universidade Nova de Lisboa), e licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas – Português e Francês (Universidade Nova de Lisboa). Tem desenvolvido a sua investigação nas áreas da Teoria da Literatura e Estudos dos Media, com especial incidência nos efeitos da computação nas formas e práticas literárias, e dedicou a sua tese de doutoramento ao estudo das poéticas algorítmicas. Nos últimos cinco anos foi bolseira FCT no Programa de Doutoramento em Materialidades da Literatura (FLUC, 01/10/2013-20/09/2018); professora de Português (Escola Profissional Gustave Eiffel – Amadora, 08/10/2018-30/04/2019); bolseira visitante da Cátedra Cascais Interartes (Fundação D. Luís I, 01/01/2019-30/12/2019); e bolseira de investigação no Centro de Literatura Portuguesa (FLUC, 1/07/2019-31/12/2021), onde atualmente desenvolve a sua atividade no âmbito do Arquivo LdoD e da receção crítica do Livro do Desassossego de Fernando Pessoa/Bernardo Soares. Desenvolveu ainda trabalho de curadoria de exposições (2015; 2017 e 2019); organizou uma conferência e uma exposição (2019); integrou a comissão científica de conferências e publicações; e tem publicado e participado regularmente em encontros científicos.
Ciência Vitae – https://www.cienciavitae.pt/portal/4D1A-0514-1D1D
ORCID – https://orcid.org/0000-0002-7644-501X
Bruno Ministro é investigador júnior no Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa (U. Porto). É doutorado em Materialidades da Literatura (U. Coimbra). A sua investigação tem sido dedicada às intersecções entre os estudos literários, a teoria dos meios e os estudos culturais, investigando sobretudo obras e autores da poesia experimental, copy art e literatura eletrónica. Uma segunda linha da sua investigação tem sido dedicada a metodologias digitais para a produção e disseminação de conhecimento, particularmente através das humanidades digitais. É atualmente Investigador Responsável do projeto exploratório FCT “Ver a Árvore e a Floresta. Ler a Poesia de António Ramos Rosa a distância” (ILCML-FLUP, 2023-2024).
Ciência Vitae: https://www.cienciavitae.pt/portal/2C14-4F46-9292